quinta-feira, 29 de outubro de 2015

Fruta nas lancheiras da escola


Venho hoje fazer uma reflexão sobre algumas questões relacionadas com o consumo de fruta, que me têm colocado a propósito dos posts das lancheiras.

A importância da fruta numa alimentação saudável e equilibrada é indiscutível. Quando lidamos com fruta (ou qualquer alimento orgânico) lidamos com oxidação. É uma reacção química que ocorre entre os átomos dos alimentos e os de oxigénio no ar. Os alimentos alteram a sua cor e mesmo a textura. 

Mas quais os riscos de consumir fruta oxidada? Em boa verdade, não há malefícios (do que li e averiguei), apenas menos benefícios. A oxidação está associada a perda de vitaminas. Não existem perigos de comer alimentos oxidados, apenas estaremos a consumir menos vitaminas. 

A oxidação não é o único factor que leva a perda de vitaminas nos alimentos. Para começar, a fruta (como qualquer alimento orgânico) desde que é colhida começa a perder nutrientes, nomeadamente vitaminas. Quanto mais tempo for armazenada, mais perde, quanto mais tempo demorar a chegar às nossas bocas, mais perde. Por isso a importância de respeitar a sazonalidade das frutas e legumes, e ter a preocupação em comprar alimentos de produção local, pois assegura-se que o tempo de armazenamento/transporte será mínimo, e a perda de vitaminas, mínima.  O calor e a luz também são factores que levam à perda de vitaminas. Um alimento cozinhado, mesmo que levemente cozinhado, tem menos vitaminas que o mesmo alimento cru. Felizmente, a fruta não contém apenas vitaminas, mas também fibras e minerais que não são tão afectados pela oxidação.

Uma das soluções para retardar a oxidação é resguardar a fruta da luz e do calor, portanto, guardar no frigorífico. Mesmo depois de descascada, se a fruta for mantida fria num saco térmico, a oxidação será mais lenta que à temperatura ambiente. 

Em relação à fruta descascada e partida nos lanches da miúdas cá de casa. Vamos ver as coisas deste prisma: não há perda de vitaminas, se estas não forem ingeridas. Ou seja, se elas não levassem fruta na lancheira, consumiam zero vitaminas, levando, mesmo que alguma perda devido à oxidação, consomem uma pequena parte, que mesmo pequena, é alguma coisa. Depois, há que ver a alimentação de um dia inteiro. Há mais momentos do dia em que comem fruta, cuidadosamente preparada na altura de ingerir, e, por isso, com menos perdas de vitaminas.

No entanto, tenho alguns cuidados ao escolher a fruta para as lancheiras. Eis alguns pontos e sugestões que tenho em mente, na hora de preparar as lancheiras.

- frutas ricas em vitamina C (ácido ascórbico, que é anti-oxidante): laranja, tangerina, kiwi ou abacaxi - a laranja e a tangerina, para além de ricas em ácido ascórbico, não ficam expostas ao ar, estando resguardadas nas pelicas que envolvem os gomos;
- frutas que não precisam de ser cortadas e/ou descascadas: maçã inteira, morangos, uvas ou tomate cereja;
- frutas que não oxidam com facilidade (se me souberem dizer porquê, agradeço): melão, meloa ou melancia;
- em última instância: manga, pêssego, ameixa ou pêra (que quanto a mim, não têm uma oxidação demasiado intensa para que não sejam consideradas).

Estas últimas podem ser regadas com sumo de limão, por exemplo, já que o ácido ascórbico retarda a oxidação. 

Com isto concluo: preferia muito mais andar atrelada às miúdas e preparar-lhes a fruta na hora de comer. Na impossibilidade de isso acontecer, não vejo mal em dar fruta que já foi preparada previamente, que pode ter (ou não) alguma perda de vitaminas, mas que no final da história vem diversificar e equilibrar os lanchinhos delas. 

terça-feira, 27 de outubro de 2015

Três à Terça #06


Ainda é terça-feira, por isso ainda vou a tempo do post!

Hoje o Três à Terça traz três receitas de one-pot pasta, que já publiquei no blog. Mas acreditem, já fiz tantas, mas tantas, mas tantas vezes, e mesmo assim não me canso desta solução rápida e saudável de cozinhar massa.

Não há nada mais simples do que enfiar tudo num tacho, dar umas mexidelas de vez em quando e deliciar-se.


One-pot Pasta Classic


A primeira one-pot pasta que fiz, um verdadeiro sucesso. É talvez a combinação de ingredientes que mais vezes repito. Brócolos, cogumelos e tomate cereja? Um sonho de refeição para a mais velha das miúdas (a mais pequena não gosta de cogumelos, vai lá entender).


One-pot Pastrícia


Um desafio da querida Patrícia do blog Crónicas da Maternidade me colocou e que respondi com todo o prazer. Uma one-pot pasta bem verdinha, cheia de coisas boas que as cinco miúdas (eia tanta gente!) que estes dois blogs somam gostam.


One-pot Pasta com queijo gratinado


As one-pot pasta têm que parecer sempre parecidas? Nem por isso! Pode-se terminar com natas para um molho cremoso, ou com queijo por cima e gratinar, como fiz com esta versão. Uma verdadeira delícia!


Um bónus! O texto que escrevi com dicas para as one-pot pasta perfeitas!


E por aí? Qual a combinação de ingredientes que gostam mais nas vossas one-pot pasta?


Baba...

Aguentem-me, mas toda eu hoje sou baba!

À chegada da escola, a L. grita aos 7 ventos o que é o lanche dela hoje. Comentário da auxiliar da sala dela: 

- A mãe manda sempre coisas tão boas para a L., até ficamos com inveja dos lanchinhos dela!

Babei... bastante, até me desviei para não escorregar. L. deixada na sala, era altura de levar a T. à sua sala. Visto-lhe a bata e entrego à educadora. Novo comentário:

- Ai mãe, gosto tanto dos lanchinhos que manda para a T. Tudo preparado com tanto cuidado... o hidrato, a fruta, o lacticínio... tudo sempre tão equilibrado e bonito. Tudo cortadinho com as forminhas. Aqui na escola morremos todas de inveja dos lanches dela. 

Oh Deus... desidratei de tanto babar :P

segunda-feira, 26 de outubro de 2015

O nosso meatless dinner #31


Oh sim! Oh sim, sim! Eu, euzinha, com as minhas fiéis ajudantes, fizemos gnocchi caseiro. Caseiríssimo, feito de raiz (até cozemos as batatas, vai-se lá acreditar).

Já é um sonho antigo, não fosse eu amante de gnocchi, mas faltava-me coragem e informação (sobretudo informação, porque é super fácil), e achava que me ia enfiar numa grande alhada. Vai daí e como não surgiam mais ideias para o post de hoje, decidi fazer gnocchi (e começar assim uma saga de diferentes tipos de gnocchi).

Li, vi vídeos no youtube, informei-me durante dias! E confiante que ia sair uma maravilha pus mãos à obra. O segredo está na quantidade de farinha que se coloca, pois pouca farinha e ficamos com puré de batata mal feito, muita farinha e os gnocchi ficam rijos e sem graça. Esta quantidade vai sempre depender do tipo de batata, por isso comecem por defeito e adicionem mais farinha de acharem necessário.


Gnocchi de batata [desde os 6 meses]
(para 4-5 porções)

1kg de batatas (que se desfaçam bem, ideais para puré)
300gr de farinha
noz moscada (opcional)

Começar por cozer as batatas, inteiras e com e pele.


Quando cozidas (pode levar bastante tempo), escorrer a água e descascar ainda quentes. Utilizar a batata ainda quente é um passo crucial, pois vai oferecer mais leveza aos gnocchi. Para quem não sabe, descascar batatas quentes é fácil: espeta-se num garfo e puxa-se a casca. Nada que saber.



Passo importante: "desfiar" a batata. A batata não deve ser esmagada, nem triturada, nem batida. Deve ser transformada em fios, para que incorpore mais ar nos gnocchi. Existem uns instrumentos próprios para isto, uma espécie de esmagador de alho, mas em tamanho grande; podem usar ainda o passe-vite; mas para quem, como eu, não tem nada disso em casa, um passador de rede funciona igualmente (dá mais trabalho e leva mais tempo).





Polvilha-se a farinha com noz moscada, espalhando ao máximo ao longo da batata desfiada.




Com uma espátula vai-se abrindo espaços entre a batata para a farinha unir.



Quando a farinha começar a ser absorvida pela batata, é hora de enfiar as mãos na massa e amassar suavemente, para não perder todo o ar que se tem vindo a encorpar. A massa deve descolar bem as mãos, mas apresentar uma textura mole.



Faz-se um rolo, tapa-se com um pano e deixa-se a massa descansar por 10 minutos.

Passado esse tempo, é hora de dar forma aos gnocchi. A L. vai vos mostrar tudo, já que a T. passou o tempo a fazer teste de qualidade.





Começar por enrolar num fio a massa, com a espessura de um polegar (de adulto).



Cortar em pedacinhos.



Passar o pedacinho por cima de um garfo, pressionando de forma a fazer uma concha (para o molho e o sabor ficar todo retido nessa cavidade).





Em água a ferver (depois pode-se temperar com sal para os mais crescidos), colocar os gnocchi um a um (para não haver grande diferença de temperatura e a água manter-se a ferver). Quando os gnocchi começarem a boiar, é altura de tirar (leva 1 minuto este processo).




Já está! Fácil, certo? Leva um bocadinho de tempo, mas é uma actividade super engraçada para fazer com os mais novos. Enquanto eles preparam os gnocchi, nós podemos ir fazendo outras coisas.

Servi os nossos gnocchi com molho pesto de espinafres e nozes (o nosso preferido).





Delícia! Adorei a consistência, firmes ao trincar, mas que se desfazem na boca. Elas adoraram fazer os gnocchi e há sempre um gosto especial em comer aquilo que tem o nosso dedo :)


domingo, 25 de outubro de 2015

Na lancheira da escola #06




Esta semana tentei diversificar mais os lanches, mas sem grande sucesso. Vão já perceber tudo.

Segunda-feira


A semana começou com uma fatia de pão de banana para a T. e tostas de centeio para a L. (já que não é grande apreciadora da iguaria). Laranja e iogurte natural a acompanhar. 


Terça-feira



Na terça-feira foi quando resolvi fazer um batido de morango, inspirado naquele que fiz no fim-de-semana. Estava tão orgulhosa, mas resolvi dar-lhes a experimentar antes de enfiar na lancheira. Pois. Não gostaram... de regresso ao velho iogurte e leite de pacote, com umas panquecas de aveia (inspirada na receita de crepes de aveia aqui do blog) e kiwi (a tosse não para e continuo a insistir na vitamina C).


Quarta-feira



A quarta-feira foi muito banal: cereais pipoca, pêra e iogurte.


Quinta-feira



E à quinta, finalmente novidades! Descobri recentemente um supermercado biológico bem pertinho aqui de casa. A primeira vez que lá fui fiquei basbaque, nem sabia o que trazer! Peguei nestes sumos para experimentar, pois são totalmente feitos de fruta (sumo de fruta) de produção biológica. A T. levou meia fatia de pão de banana e a L. um dos bolinhos de laranja, que fiz no dia anterior. Tangerina para acompanhar, que a maldita tosse não nos larga.


Sexta-feira



Já mundialmente conhecido como o dia do mimo! A L. leva as suas adoradas "argolinhas", para a T. (que se contenta com quase tudo) uma banana, um iogurte e tosta de centeio. 



Ponto positivo: em nenhum dia levaram pão branco (saloio). Não que o pão seja péssimo, mas prefiro os cereais integrais e uma maior variação do trigo. 

Ponto a melhorar: os batidos. Tenho de fazer um batido para além do de chocolate que elas gostem.

quinta-feira, 22 de outubro de 2015

Bolinhos da laranja [desde os 12 meses]


Tentativa de fazer madalenas falhada, mas não tão falhada assim que não mereça um título e um post bonitinho dedicado. 

Ora, o que eu queria mesmo era fazer madalenas. Assim bem "gordurosas" como só as madalenas sabem ser. Mas as receitas que encontrei usavam kilos de manteiga ou rios de óleo. Nem pensar. Como os meus bolinhos não ficaram assim gordurosos como as madalenas, não achei por bem que usassem este nome. Mas o "projecto madalenas saudáveis" continua a decorrer e hei-de conseguir fazer madalenas "gordurosas" sem óleo nem manteiga (não sei bem como, mas o que conta é tentar).

As miúdas chegaram esganadas da piscina e eu há muito que queria experimentar esta receita. Mentira, o que eu queria mesmo era experimentar as minhas formas de madalenas, mas adiante. Muito rapidamente preparei este lanchinho/snack, para elas não morrerem de fome até ao jantar.


Bolinhos de laranja [desde os 12 meses]
(para 16-20 bolinhos mediante o tamanho)


1 chávena (130gr) de farinha 
1 chávena (130gr) de farinha integral
1 colher de chá de bicarbonato de sódio
2 colheres de chá de fermento para bolos
1 maçã (ralada)
1 chávena (mal cheia) de sumo de laranja (sumo de 2 laranjas aproximadamente)
2 ovos
1 colher de sopa de óleo de coco (derretido)


Com Robot de Cozinha

Começar por colocar no copo a maçã e picar 5seg./vel5
Juntar o sumo das laranjas, os ovos e o óleo de coco derretido. Misturar por 10seg./vel3.
Adicionar as farinhas, o bicarbonato e o fermento e misturar por 20seg./vel3.
Colocar a massa em montinhos num tabuleiro, ou em forma de queques ou madalenas e levar ao forno por 15 minutos.


Sem Robot de Cozinha

Numa taça misturar as farinhas com o bicarbonato de sódio e o fermento.
Noutra taça misturar a maçã ralada (ou finamente picada), o sumo das laranjas, os ovos e o óleo de coco derretido e misturar até ficar com uma mistura homogénea.
Juntar a mistura líquida à de ingredientes secos e misturar.
Colocar a massa em montinhos num tabuleiro, ou em forma de queques ou madalenas e levar ao forno por 15 minutos.






Até que ficaram bonitinhos, mas lá está, não escorrem "gordura" como a bela da madalena manda. 



A L. agarrou-se a um e disse "amanhã mandas-me destas conchinhas para o meu lanche? quero 20!" Claro que mando! (Adoro quando usa números aleatórios.) Ainda descreveu como "que docinhas". Não se enganem, estas minhas filhas têm um paladar ultra disciplinado. Não são o cúmulo do doce (não são amargas, nem salgadas). Para quem está à espera de um bolinho bem docinho, recomendo um bocadinho de xarope de ácer ao lado para satisfazer a gula (como eu fiz), ou mesmo na confecção.  


Não há fotos da mais nova a devorar "conchinhas", porque ela não aguentou até que estivessem prontas e foi petiscando de outras coisas. 

quarta-feira, 21 de outubro de 2015

Giveaway #01 - Mandolina Börner


É isso mesmo, o Na Cadeira da Papa e a Borner cortador de legumes aliaram-se para sortear uma mandolina Börner, modelo V3 a um dos leitores do blog.

Para participar só têm que preencher o formulário abaixo. 

Simples, não é?

O sorteio da mandolina realizar-se-á via random.org no dia 1 de Novembro (inscrições válidas até às 23h59 do dia 31 de Outubro). 

Partilhar e gostar das páginas Na Cadeira da Papa e Borner cortador de legumes não é obrigatório, mas será muito simpático :)


terça-feira, 20 de outubro de 2015

Afinal o que andei a fazer?


Têm todo o direito a perguntar! Primeiro apresento-vos a Hand Go, uma pizzaria take away, que uns amigos abriram há quase 2 meses. Fica na Rua da Assunção, junto à Torre dos Clérigos (mais conhecida por rua do eléctrico). 

O conceito é simples: servir pizzas deliciosas, artesanais e com ingredientes frescos e orgânicos. Também há crepes doces e salgados (e versão sem glúten destes crepes, ou mesmo vegan), e saladas frescas. 


As pizzas são absolutamente deliciosas e estamos todos mega fãs! Miúdas principalmente. Pela L. ia comer uma fatia de pizza todos os dias. Ali não tenho dúvidas, é como se estivesse a dar-lhe uma pizza feita em casa por mim. 100% confiança.

Pois, o que combina bem com estas maravilhosas pizzas, são uns sumos de fruta e vegetais, feitos na hora, com ingredientes do dia, bem frescos. Vai daí que convidaram aqui esta minha pessoa para pensar em algumas receitas e combinações.

Tirei alguns dias para andar a testar e experimentar máquina de sumo deles. Isso mesmo, passei duas tardes a beber sumos e mais sumos, alguns verdadeiros falhanços e intragáveis. Faz parte. Até que chegámos a uma lista final de 8 sumos (tirando os 3 sumos simples que também servem de laranja, ou maçã ou pêra). 

A lista passa pela simples combinação de Tutti Frutti, a exótica PAM (abacaxi, maçã e hortelã), ou mesmo um sumo bem vermelhinho e cremoso de beterraba, o Red Beetty, um boost vitaminado de cenoura, maçã e laranja, ou mesmo um Green Detox com maçã, pepino, espinafre, limão e manjericão (asseguro-vos que é delicioso). 


Gentes do Porto e arredores, ou gentes de fora que venham visitar esta bela cidade, não deixem de passar na Hand Go. Asseguro-vos que vão comer uma das melhores pizzas das vossas vidas e o sumo então, não se fala! :)