domingo, 31 de maio de 2015

Overnight Oats com cerejas e amêndoa: a aprovação!



Logo quando acordámos, aliciei a L. de um pequeno-almoço maravilhoso com cerejinhas. Podia ter tudo e mais alguma coisa, mas se tiver cerejinhas era um sim na certa. Ela disse que comeria na mesa dos banquinhos com a T. 



A excitação era enorme: tomar o pequeno-almoço na mesa pequenina com a T., comer o pequeno-almoço com cerejinhas que a mãe preparou, o que podia correr mal? Nada, rigorosamente nada, e foi o pequeno-almoço perfeito em todos os sentidos.







O pai queixou-se que precisava de um bocadinho de doce. Eu achei que estavam perfeitas! Elas então, nem se falam. 


Saboroso, saudável, nutritivo e animado, definitivamente um pequeno-almoço a repetir! 


Overnight Oats com cerejas e amêndoa [desde os 12 meses]


Têm-me pedido muito sugestões de pequenos-almoços e lanches, que, ou se possam levar para a escola dos mais pequenotes, ou que sejam fresquinhos para estes dias de calor, ou simplesmente que sejam diferentes. 

overnight oats é um conceito que já conheço há muitos meses (não arrisco a dizer anos) e que basicamente os flocos de aveia ficam a "cozer" num líquido durante a noite. Apesar de querer, nunca me tinha dado para experimentar, até porque quando me apetecia comer um pequeno-almoço destes, requeria que eu tivesse tido o trabalho no dia anterior, coisa que nunca me lembrara. 

Com o calor e a L. cada vez mais esquisita com os pequenos-almoços, resolvi experimentar.


Estas foram as nossas primeiras overnight oats (acreditem que não há boa tradução possível para o termo). Fiz apenas dois frasquinhos, pois achei que a L. nunca alinharia numa coisa destas. Sempre gostou de provar tudo, mas desde que entrou nos threenagers que tudo é demasiado esquisito para ela provar. Mas, para minha grande surpresa quis. E comeu um frasco inteiro. A T. comeu outro e eu fiquei a ver navios, nem provei!!

Tinha que repetir, para bem da sanidade das minhas papilas gustativas. A L. saiu-se logo com uma grande sugestão: fazer com cerejinhas! Já vos contei que as miúdas andam loucas com cerejas? Não podem ver cerejas em lado nenhum que amarfanham logo um punhado e enfiam na boca assim mesmo! 

Bem, voltando às overnight oats. Ontem pus mãos à obra, e preparei overnight oats para todos, já que o pai também invejou o pequeno-almoço das pequenas. 


Parece, mas nem dá trabalho nenhum preparar quatros pequenos-almoços destes de véspera. De manhã, está tudo pronto a comer, poupa-se tempo e ganha-se em satisfação de tão bom que é! Bom, descaroçar cerejas é o que dá mais trabalho, confesso. Mas podem substituir por outra fruta qualquer, desde que não oxide rapidamente, ou será melhor colocar apenas de manhã antes de comer. E a grande maravilha das overnight oats é mesmo essa: poder personalizar como bem se quiser! 

O princípio básico é sempre o mesmo: flocos de aveia + cereais e/ou sementes (opcional) + líquido e/ou iogurte + fruta + toppings (outras sementes ou frutos secos - opcional). Podem fazer umas overnight oats mais simples, só com flocos de aveia, iogurte e fruta, ou  jacked up com sementes, outros cereais e frutos secos a gosto. Pode-se ainda adoçar, com mel, por exemplo, ou outro tipo de adoçantes a gosto. 


Overnight Oats com cerejas e amêndoa [desde os 12 meses]
(para 1 porção)


25-30gr (3 colheres de sopa) de flocos de aveia demolhados bem escorridos (preferencialmente demolhados por cerca de 2h)
10gr (1 colher de sopa) de gérmen de trigo
5gr (1 colher de sopa) de sementes de chia
1 iogurte natural (pode-se usar grego, ou iogurte vegetal)
1 punhado de cerejas descaroçadas
15gr (1 colher de sopa) de amêndoa ralada

Sugestão: antes de jantar colocar os flocos de aveia a demolhar em água. Depois de jantar, os flocos estarão prontos para usar. 

Num frasco, ou num recipiente hermético, começar por dispor os flocos de aveia.


Juntar o gérmen de trigo e as sementes de chia (convém que as sementes de chia ficam debaixo do líquido, para que se transformem em gel durante o processo).


Juntar o iogurte, cobrindo bem os cereais e as sementes.


Dispor as cerejas.


E terminar com as amêndoas raladas.


Fechar bem, e guardar no frigorífico durante a noite. Ou se preferir ao lanche, pode-se fazer de manhã e guardar no frigorífico durante o dia.


A apreciação da família, deixo para outro post, que este já vai bem longo. 

quarta-feira, 27 de maio de 2015

Desabafo...


Nunca pensei em usar o blog como espaço de desabafo, mas sobre este assunto, acho pertinente partilhar com os leitores estas minhas angústias. Verdade, também me angustio de vez em quando, sobretudo no que toca às miúdas cá de casa. 

Quem nos segue, percebe que sou a favor de oferecer as oportunidades que levem a autonomia das crianças. Penso, que em nada beneficiamos em priva-las da exploração e do auto-incentivo, e que ao fazermos podemos estar a perder as conhecidas "janelas de oportunidade" para o desenvolvimento delas. 

Sempre achei que a L. fazia as coisas dentro dos tempos exigidos, como se isso existisse. A primeira e única vez que chorei ao ver a autonomia dela, foi um dia, à saída da escola, em que ela disse que precisava de ir à casa-de-banho; prontifiquei-me a ajuda-la, como já vinha sendo hábito nos últimos meses, e de modo muito assertivo me disse "não, eu vou sozinha". Fiquei ali, basbaque, a ver o processo todo, de como ela se desenrascou sozinha. E sim, soltei a bela da lágrima, de orgulho e tristeza. Orgulho de ver a minha bebé a crescer, desenrascar-se e a não depender de ninguém. De tristeza, por já não "precisar" de mim. Foi algo que me fui apercebendo gradualmente. Quando ela deixou de mamar, já não precisava de mim para a alimentar, quando começou a andar, já não precisava do meu colo para a transportar, quando começou a comer sozinha, já não precisava de mim para lhe levar a colher à boca. As coisas foram chegando gradualmente, fui ganhando uma menina independente e perdendo o meu bebé pequenino. Este era o último marco de bebé que "perdia".

Depois chegou a T. Ainda dentro da barriga, prometia ser um despacho - menos para nascer, que quanto isso, tanto uma como outra, foram obrigadas e bem obrigadas. Apesar de ser um autentico bebezão de 14 meses, que se aninha no nosso colo, dorme se for preciso, coisas que a L. nunca fez, vejo-a a tornar-se numa menina crescida a cada dia que passa.

Hoje dei por mim assim, no meio delas as duas, cada uma a tomar o seu pequeno-almoço e nenhuma me pediu ajuda. Raparam os seus pratos, tomei o meu pequeno-almoço em sossego, como já não tomava há muito tempo, e fiquei assim incrédula de como deixo de ter bebés tão cedo. A T. já anda, já se mete com a irmã, já partilham brincadeiras e eu fico a olhar. Já não preciso de mediar aquela relação, de chamar a atenção da L. que a T. ainda é pequena, nem afastar a T. da L. para não lhe puxar os cabelos. Estão as duas umas crescidas, e no meu íntimo, eu não quero isso. 

É assim um sentimento esquizofrénico, um sentimento tão de mãe! Queremos que vençam, que consigam sozinhos, que sejam autónomos e independentes, desenrascados e bem sucedidos. E depois, choramos pelos cantos, pelo nosso trabalho bem feito, e por já não precisarem de nós, da sua mamã. A minha mãe sempre me disse, que eu só lhe iria dar valor, quando fosse mãe. E dou por mim, agora com quase 30 anos, a pedir tudo e mais alguma coisa à minha mãe, e a vê-la de sorriso rasgado no rosto a ajudar-me, a ver-me "bebé", mesmo quando já não o sou. 

Espero então, que daqui a 30 anos, volte a ter os meus bebés de volta. Cá estarei durante esses 30, e os seguintes para ser a mamã, que sempre precisarão. 

terça-feira, 26 de maio de 2015

O nosso meatless dinner #17


Há um tempão que andava para experimentar tabbouleh. Com estes dias de calor, claro que iria saber bem uma coisinha fresquinha como esta.

Para quem não conhece, tabbouleh é um prato árabe, mais uma salada, acompanhamento ou entrada, feito com bulgur, tomate, cebola, e hortelã, temperada com azeite, sumo de limão e sal - como veem, super fresquinho. Depois há variações, há quem ponha pepino, há quem junte alho, substitua o bulgur por cuscuz, ou quinoa. Enfim, uma infinidade de possibilidades, que pode ser ajustado e personalizado ao gosto de cada um. 

Faltava-me algo para completar o prato, e pelo que fui lendo sobre o tabbouleh é normalmente acompanhado por carnes (completamente fora de questão hoje) e por queijos, ao natural ou grelhados. Belo desfio: grelhar queijo. Tinha uma bola de mozzarella fresca no frigorífico e tentei perceber qual a melhor técnica para o fazer, para que não derretesse com o calor. Envolvi as fatias em sementes de sésamo, mas estas eram muito finas, e a camada de sementes de sésamo insuficientes, o que me deixou com um monte de queijo derretido (que todo se comeu).


Apurada a técnica, cortei fatias mais grossas e envolvi-as em sementes de sésamo, para que isolasse bem o queijo. Sucesso!


Tabbouleh com mozzarella grelhado
(para 2 pessoas)

1/4 chávena de bulgur cru (mais 1/2 chávena de água para cozer)
1 pepino pequeno
1 tomate pequeno
1 queijo mozzarella fresco
sementes de sésamo q.b.
sal q.b.
azeite q.b.
sumo de meio limão


Preparar o bulgur. Num tacho juntar o bulgur e a água, levantar fervura e tapar, deixando cozer por 10 minutos em lume baixo. Depois de cozido, soltar o bulgur com um garfo. Reservar na taça de servir.
Partir o pepino e o tomate em cubos pequenos e juntar ao bulgur. Poderá juntar outros legumes a gosto, como cebola e/ou alho. Temperar com um pouco de sal, hortelã se gostar, ou outras ervas aromáticas, azeite e sumo de limão. Envolver bem e servir.

Para o queijo mozzarella grelhado. Escorrer bem a água do queijo. Cortar em 4 fatias grossas e temperar com um pouco de sal. Envolver o queijo nas sementes de sésamo, até ficar bem coberto. Levar uma frigideira anti-aderente ao calor, e dispor o queijo quando esta estiver bem quente. Deixar cozinhar dos dois lados por cerca de 1-2 minutos (é normal se algumas sementes caírem). Retirar do calor, temperar com azeite e limão e servir. 




Visto que já tinha experimentado meio queijo antes, que derreteu completamente e que tive de o comer (estava pouco bom, estava), esta mãe ficou apenas com um "escalope" de queijo ao jantar. Chegou bem, o rei da noite foi o tabbouleh que é simplesmente delicioso!




A L., que no início se mostrou reticente em comer o queijo com as sementes, acabou por adorar e até me dar um beijinho pelo jantar "celicioso". A T. não gostou. Acho que foi do limão, ainda não tinha comido nada temperado assim, ou então é mesmo maleita do sono, que a assola sempre a esta hora, fazendo sesta tardia ou não. 

É ótimo! Experimentem como acompanhamento, num destes dias que pedem comidas mais fresquinhas. É super fácil e rápido de fazer, e até podem deixar feito com antecedência e guardar no frigorífico para ficar mesmo fresquinho.

sexta-feira, 22 de maio de 2015

A mesa nova das manas


Sou fã incondicional da Vera do eu, ele, a maria e o miguel. Sigo o blog e a página do Facebook religiosamente, delicio-me com as fotografias e os textos, e fico extasiada com as ideias, tão simples e tão geniais.

Antes de qualquer coisa que fosse dizer, tinha que deixar aquelas palavras e um enorme obrigada à Vera pelo seu blog. Posto isto, vou-vos falar desta ideia, que deliberadamente roubei à "menina": uma mesa na cozinha.

A cozinha é um espaço importante para nós. É onde passo grande parte do tempo com elas e onde lhes transmito muitos ensinamentos: como comer, o que comer, como preparar, como ser paciente, saber esperar, ser minuciosa, metódica... 

No entanto, a cozinha era minha. A L. empoleirava-se numa cadeira para me ver cozinhar, a T. trepava-me pelas pernas acima, qual macaquinha. Elas queriam estar ali, mas não tinham onde estar. Só me apercebi disto, quando me deparei com este post da Vera. Claro que uma mesa pequena na cozinha faz todo o sentido e é a ideia mais deliciosa de sempre.

Tinha o local ideal, junto à janela. Faltava-me o principal: uma mesa. E por isso, recorri aos "mestres" do mobiliário-escandinavo-monte-você-mesmo. Eu e a T. montámos a mesa, para que a L. desfrutasse ao máximo assim que chegasse da escola.



E foi como se fosse Natal com 25º lá fora. A L. ficou tão contente, que tal como eu esperava, quis fazer tudo na mesa!



Disse a toda a gente que tinha uma mesa nova na cozinha da mãe, aos senhores da entregas da compras, à senhora da frutaria, à vizinha que entrou conosco. Certo, não confiem segredos à L. o mais provável é deixar de ser segredo em 2 segundos. 

Queria a mesa ali para vários fins. O principal, para que elas tivessem uma superfície à altura delas, para algumas actividades culinárias. Mas também para que pudessem estar na cozinha a fazer "trabalhos" (como a L. lhe chama), enquanto eu preparo as refeições.




E sabe tão bem ter esta companhia...


Quero encher aquela parede de desenhos! Quero encher o chão de farinha! Quero aquelas mãozinhas gordas a amassar, a desfazer, a descascar...

Não me canso de dizer: obrigada Vera, pela ideia! :)

quarta-feira, 20 de maio de 2015

Pizza com base de quinoa [desde os 12 meses]



Ontem a L. apoderou-se o meu telemóvel e começou a dialogar com a Siri. Divertiu-se um bom bocado, e quando consegui resgatar o dito, tinha uma página de uma pizzaria qualquer aberta. Ora, que rica ideia para um jantar um dia destes, tipo hoje.

Tive assim uma ideia peregrina de fazer uma massa de pizza, que a base fosse de quinoa. Toca de procurar e não demorei muito a encontrar uma receita de logo me cativou. Como já disse aqui pelo blog, não sou particular fã do sabor da quinoa. Gosto de a misturar com outros cereais para equilibrar os sabores. Esta base, era toda, unicamente, exclusivamente de quinoa. Isto prometia...

A quinoa precisa de algumas horas de preparação. Precisa de demolhar por 6h pelo menos, segundo a autora da receita. Demolhar cereais, sementes e leguminosas tem muitas vantagens. No caso da quinoa, vai amenizar o sabor, diminuir o tempo de cozedura, iniciar a germinação e assim aumentar o valor nutricional da quinoa. 

Citando "isto pode parecer muito tempo e impedi-lo, pense desta maneira: quando estiver a preparar o pequeno-almoço, tira alguma quinoa, coloque-a numa taça, cubra com água e deixe ficar. Depois, quando voltar a casa e estiver a preparar o jantar, escorra, triture e bam. Pizza feita, jantar servido, esforço mínimo."


Base de pizza de quinoa [desde os 12 meses]
(para uma pizza pequena - 2 porções de adulto)


3/4 chávena de quinoa demolhada no mínimo 6h (misturei vermelha e real)
1/4 chávena de água
2 colheres de sopa de azeite
1/2 colher de chá de fermento
1/2 colher de café de sal (muito pouco ou nenhum)


Com robot de cozinha

Pré-aquecer o forno a 200º. Colocar a quinoa demolhada, bem escorrida, no copo, com a água, e triturar por 1min/vel.7. Poderá ser necessário, a meio raspar as paredes do copo com a espátula. Juntar os restantes ingredientes e misturar 20seg/vel.4. Colocar numa frigideira, ou tabuleiro redondo, antiaderente, levemente pincelado com azeite. Despejar a massa na frigideira ou tabuleiro, colocar no forno por 10-12 minutos, virar, compor a pizza com os ingredientes que desejar, e deixar cozinhar por mais 15 minutos. 


Sem robot de cozinha

Pré-aquecer o forno a 200º. Colocar a quinoa demolhada, bem escorrida, numa liquidificadora, com a água, e triturar até ficar bem desfeito. Juntar os restantes ingredientes e misturar por alguns segundos. Colocar numa frigideira, ou tabuleiro redondo, antiaderente, levemente pincelado com azeite. Despejar a massa na frigideira ou tabuleiro, colocar no forno por 10-12 minutos, virar, compor a pizza com os ingredientes que desejar, e deixar cozinhar por mais 15 minutos. 




Optei por fazer a nossa pizza com o meu topping preferido: tomate marinado. Não é preciso molho, é super rápido e fácil de fazer.


Basta picar uma chalota (ou cebola) e um dente de alho. A chalota é preferível à cebola, pois tem um sabor mais adocicado, e na minha opinião neutraliza melhor a acidez do tomate. Temperar generosamente com oregãos e uma pitadinha de sal, regar com azeite e misturar bem. Juntar tomate fatiado, ou aos cubos, envolver bem e deixar repousar. Não necessita de muito tempo, pode-se fazer este preparado antes de começar a massa da pizza.



Basta dispor o tomate na base de quinoa, regar com o molho da marinada. Juntei umas tirinhas de pimento, porque todos gostamos muito cá em casa (T. incluída) e levar ao forno.




Acompanhei com uma salada de alface, e foi assim... das melhores coisas que comi na vidinha. Mesmo. É tão bom, é tão cheio de coisas boas, que era capaz de fazer todos os dias, e comer todos os dias (era capaz de enjoar... ou não).

Não fui a única a apreciar...



Um prato rapado...




Dois pratos rapados... twice! Verdade, a T. comeu duas vezes... e eu também.